Minha intensidade foi sempre perturbadora,
Tanto quanto podia ser encantadora.
Um caos entrópico aterrorizante,
Residindo com primor em meu coração errante.
Tão forte são as palavras de minha intensidade,
Que pode transformar uma mulher em deidade,
E os amigos em heróis de tempos antigos,
Vertendo segundos em eternos pródigos.
Esta minha intensidade envolvente,
Enlouquecedora como o vinho tinto insolente,
Com seu sabor amargo que marca a garganta,
E solta os versos do poeta que às decanta.
Mas essa intensidade também assusta,
Perturba aquelas de alma infanta,
Como se a intensidade destruísse a realidade,
Um fogo voraz que consome a sanidade.
Intensidade que já destruiu muitas realidades!
Intensidade que consumiu muitas sanidades!
Intensidade que encheu corações de felicidades!
Intensidade que perverteu almas, com iniquidades!
Meu coração é uma prostituta da
babilônia,
Pulsando paixão, melancolia e
Dismonia.
Sempre compreendida de maneira
errônea,
Está doce e cruel intensidade tão
espontânea.