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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Poesia 171 - COMO OS CÉUS AO CRUZAR OS SETE MARES

Por: Mateus Silva Saraiva


Os mares do amor e seus mistérios,

O fluir de emoções como os rios,

Destinados a cada um dos mares existentes,

Velas obstinadas a cruzar os mares e suas correntes.

 

Do navio do meu corpo é um estranho destino,

Tentar alcançar a Lua lá no horizonte,

Constante busca dos ventos propícios com desatino,

Com frágil navio desafiando as águas de Caronte.

 

E mesmo após cruzar os sete mares,

O peso é demais para voar e alcançar os ares,

E o reflexo no mar, a Lua fica como nos céus,

Inalcançável, torna-me ilhéu rumo aos escarcéus.

 

E há um momento quando a Lua está negra,

E com minha alma negra, da minha Lua me perco,

Como se nos céus não mais houvesse regra,

E os deuses da carne do meu navio fizessem enxerco.

 

E mesmo com a estrutura do meu navio danificada,

Continuo a cruzar os sete mares com a vela rasgada,

Impetuoso como Ulisses tentando voltar ao seu lar,

Amaldiçoado como se a sincera busca fosse mentira secular.

 

Se da minha busca aos céus houve alguma mentira,

Sinceramente foi acreditar que na Lua meu navio chegaria,

E com a dor das acusações vislumbro a existência sátira,

Dos meus sonhos impossíveis que tanto gostaria.

 

E pelos deuses e destino fui novamente enganado,

Crente que meus pecados foram expiados, deixando ser um amaldiçoado.

Em meu navio de carne torno-me um réu ilhéu condenado,

Enquanto navegava pela Lua e seu reflexo no mar, obstinado.    

 

E a instabilidade da minha Lua tirava meu Norte,

Mas os céus nunca fora lugar para os navegantes,

Sendo por tanto os mares da alma o maior aporte,

Em solitárias viagens com Caronte, sempre errantes.


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Poesia 160 - MARIPOSA

Por: Mateus S. Saraiva


O mundo é repleto de borboletas,

Polonizando de rosas às violetas,

Todos têm por pecado matá-las,

Admirados por suas cores belas.

 

Já a mariposa um ser controverso,

Fiel buscadora da luz no universo,

Mas como uma criatura soturna,

Incompreendida na busca noturna.

 

A borboleta que tem a voo harmônico,

Sempre desperta um amor epifânico.

Já a mariposa com seu voo caótico,

Aterroriza causando um terror neurótico.

 

Mariposa feia e estigmatizada,

Sempre fadada a ser assassinada.

Bom é estético ao olhar mortal cego,

Essa crença funesta do humano ego.

 

Ético...

Estético...

Antiético...

Patético!

 

Como poeta dedico um brinde às mariposas,

Buscadoras da luz que aterrorizam borboletas.

Que em belíssima busca se sacrificam pela lua,

Alimentado a terra com crua carne em plena alua.