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domingo, 15 de agosto de 2021

Poesia 202 - O Degrau da Escada.

 O Degrau da Escada - Mateus S. Saraiva.


Há muitas montanhas sagradas,

E escadas bem acuradas, 

Para nosso caminhar nesse existir,

No caminho vertical que devemos persistir.


O destino é sempre o céu celeste,

E a cada passo rumo ao santo leste,

Me exalta a alma e alegra o coração,

Nessa jornada pelo mundo em oração.


Nesse caminho, de inúmeros degraus,

Com muitas vivências, ritos e saraus,

Tive a honra de conhecer muitas almas,

E ouso dizer que todas eram belíssimas. 


Pois todas eram um sonho do Deus uno,

Escalando suas escadas em momento fortuno.

Esforçadas por trilharem seu caminho, ao seu modo,

Mesmo parecendo perdidas, era apenas a busca ao todo.


E a cada mulher que me encontrou nesses degraus,

Sou grato por sua fortaleza me ensinar ser como os naus.

Navegante pelos turbulentos mares das emoções,

Podendo encontrar a sabedoria e suas bênçãos.


A cada desafeto que pode me tornar mais forte,

E melhor compreender o mundo e seu norte,

A cada amigo, ser e todos aqueles que estenderam a mão,

Impedindo de cair de um só degrau, te chamo de irmão. 


Mas mesmo que eu chegue ao último degrau,

Novamente descerei e cantarei um sarau,

Para incentivar todas às almas do sonho Deus,

À escalarem suas escadas afim de seus apogeus. 


Então eu não precisarei dizer mais eu,

Pois estarei dissolvido até na canção de Orfeu.

Enquanto isso há outro degrau da escada,

Para aprendizado e honra de uma nova escalada.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Poesia 171 - COMO OS CÉUS AO CRUZAR OS SETE MARES

Por: Mateus Silva Saraiva


Os mares do amor e seus mistérios,

O fluir de emoções como os rios,

Destinados a cada um dos mares existentes,

Velas obstinadas a cruzar os mares e suas correntes.

 

Do navio do meu corpo é um estranho destino,

Tentar alcançar a Lua lá no horizonte,

Constante busca dos ventos propícios com desatino,

Com frágil navio desafiando as águas de Caronte.

 

E mesmo após cruzar os sete mares,

O peso é demais para voar e alcançar os ares,

E o reflexo no mar, a Lua fica como nos céus,

Inalcançável, torna-me ilhéu rumo aos escarcéus.

 

E há um momento quando a Lua está negra,

E com minha alma negra, da minha Lua me perco,

Como se nos céus não mais houvesse regra,

E os deuses da carne do meu navio fizessem enxerco.

 

E mesmo com a estrutura do meu navio danificada,

Continuo a cruzar os sete mares com a vela rasgada,

Impetuoso como Ulisses tentando voltar ao seu lar,

Amaldiçoado como se a sincera busca fosse mentira secular.

 

Se da minha busca aos céus houve alguma mentira,

Sinceramente foi acreditar que na Lua meu navio chegaria,

E com a dor das acusações vislumbro a existência sátira,

Dos meus sonhos impossíveis que tanto gostaria.

 

E pelos deuses e destino fui novamente enganado,

Crente que meus pecados foram expiados, deixando ser um amaldiçoado.

Em meu navio de carne torno-me um réu ilhéu condenado,

Enquanto navegava pela Lua e seu reflexo no mar, obstinado.    

 

E a instabilidade da minha Lua tirava meu Norte,

Mas os céus nunca fora lugar para os navegantes,

Sendo por tanto os mares da alma o maior aporte,

Em solitárias viagens com Caronte, sempre errantes.


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Poesia 160 - MARIPOSA

Por: Mateus S. Saraiva


O mundo é repleto de borboletas,

Polonizando de rosas às violetas,

Todos têm por pecado matá-las,

Admirados por suas cores belas.

 

Já a mariposa um ser controverso,

Fiel buscadora da luz no universo,

Mas como uma criatura soturna,

Incompreendida na busca noturna.

 

A borboleta que tem a voo harmônico,

Sempre desperta um amor epifânico.

Já a mariposa com seu voo caótico,

Aterroriza causando um terror neurótico.

 

Mariposa feia e estigmatizada,

Sempre fadada a ser assassinada.

Bom é estético ao olhar mortal cego,

Essa crença funesta do humano ego.

 

Ético...

Estético...

Antiético...

Patético!

 

Como poeta dedico um brinde às mariposas,

Buscadoras da luz que aterrorizam borboletas.

Que em belíssima busca se sacrificam pela lua,

Alimentado a terra com crua carne em plena alua.


domingo, 12 de julho de 2020

158 - INTENSIDADE

Por: Mateus S. Saraiva.


Minha intensidade foi sempre perturbadora,
Tanto quanto podia ser encantadora.
Um caos entrópico aterrorizante,
Residindo com primor em meu coração errante.

Tão forte são as palavras de minha intensidade,
Que pode transformar uma mulher em deidade,
E os amigos em heróis de tempos antigos,
Vertendo segundos em eternos pródigos.

Esta minha intensidade envolvente,
Enlouquecedora como o vinho tinto insolente,
Com seu sabor amargo que marca a garganta,
E solta os versos do poeta que às decanta.

Mas essa intensidade também assusta,
Perturba aquelas de alma infanta,
Como se a intensidade destruísse a realidade,
Um fogo voraz que consome a sanidade.

Intensidade que já destruiu muitas realidades!
Intensidade que consumiu muitas sanidades!
Intensidade que encheu corações de felicidades!
Intensidade que perverteu almas, com iniquidades!
                                    
Meu coração é uma prostituta da babilônia,
Pulsando paixão, melancolia e Dismonia.
Sempre compreendida de maneira errônea,
Está doce e cruel intensidade tão espontânea.  

sábado, 4 de julho de 2020

151 - THE ARCANE AND RED LIPS MUSE


Por: Mateus Silva Saraiva

The Arcane travels lonely paths,
Crowning seekers with wreaths.
Of laurels of wisdom,
Between the Crown and Kingdom.

While the red lips Muse lurks,
With seductive devil works,
And a sacred body like godness Ishtar,
A most beutifull morning star.

And Muse’s light cries out for Arcane,
Looking away towards the mundane,
Eternity just a step away from getting lost,
Desire and love with deepest cost.

The Muse is Venus in flesh and furs,
With shiny eyes of divinity spirit, she demurs,
Wearing flesh of pure poetry and charms,
Burning in sadness, pleasure, pain, love, she harms.

Beautiful Muse plays a dangerous game,
Like wedding of heaven and hell it’s became.
On a chess, Arcane and Muse dancing together,
Without touching, with desires forever and ever.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Poesia 150 - ESTRADA

Uma poesia dedicada ao motociclismo... 

Por: Mateus S. Saraiva

Há aquela ânsia pela viagem sem destino,
Ao ligar o som do motor que é nosso hino,
Com os cuidados de quem é nossa parceira mais fiel,
E seu som que reunifica os dialetos de Babel.

E ao nosso Deus rezamos antes de partir,
Para que abençoe nossos caminhos e esse prazer de existir,
E pilotar, mesmo que não haja um destino aonde ir,
A cada perigosa curva a nós divertir.

Enganamos a morte em nossos cavalos de aço,
A meia noite ou ao meio dia a estrada é sempre nosso espaço.
Solitários ou em uma formação em fraterno abraço,
Da liberdade não nos tiraram nenhum pedaço.

Uma loucura, um prazer que poucos compreendem,
Como uma purificação de nossos sofrimentos que evadem,
A cada bela paisagem ou encontro inesperado,
É um momento único a ser aproveitado.

Em cada movimento, maquina e homem tornam-se um,
Não importa a velocidade, já não existe mais medo algum.
Na estrada jamais estaremos perdidos,
E nela damos adeus a todos os corações partidos.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

149 – DA CARNE A VOLUPTUOSA DIVINDADE

Por: Mateus Silva Saraiva


Lábios vermelhos delineados com primor,
Como se esculpidos pelas mãos das divindades do amor,
Com a vil intenção de enlouquecer os mortais,
Com tua beleza e todos os gestos sensuais.

Como uma felina mulher brincando com o coração alheio,
Uma súcubo devorando a alma do incauto repleto de anseio.
Com a pálida pele que reluz com o luar,
E os olhos azuis com a profundeza do mar.

Possuidora do olhar felino que hipnotiza sua preza,
A ninfa que brinca com os desejos demonstrando plena destreza.
Com o narcísico amor a si, se esculpindo em primorosa beleza,
Enlouquece-me essa divina mulher que perturba minha natureza.

Encantou-me quando vi aquela pálida luz na escuridão,
Talvez se não a tivesse aos meus olhos, acreditaria ser uma ilusão.
Um joguete dos deuses a brincar com os desejos mortais,
Era uma deusa em carne, instigadora dos pecados capitais.

Como gostaria deliciar-me ao altar em um templo construído para ela,
Contemplar, adorar o corpo nu daquela divina donzela. 
Pois a perfeição das curvas de sua carne soava um cântico sagrado,
Como vedas e sutras de amor profano, mas consagrado.

Senhorita dos misteriosos arcanos femininos,
Trajada de volúpia e encarnada de gestos felinos,
Aceita, escuta, delicia, desfruta-te desta minha ode,
Prostre-te a mim como eu a ti, então nos meus braços acomode.

E terás minha adoração desprovido de qualquer éfode,
Mas não esqueça Oh! Deusa Voluptuosa e me engode!
Pois desafio os deuses, já que também sou feiticeiro e posso te aprisionar,
Com selos mágicos e jarros de bronze, indignos de uma deusa ficar.

E minha ode de amor eterno e liberdade pode se tornar uma prisão,
Como antigos encantos sumérios com seu poder despertado à visão.
Pois de sacerdote posso soar como Nietzcshe matando deus,
E já sacrifiquei muitas musas e deusas à arquétipos mais antigos e meus.