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segunda-feira, 8 de abril de 2013

Andarilho do Vazio




Vagar só entre as multidões, sempre constituiu o que sou, pensando no sentido da existência, desde que eu era criança era assim e depois de velho continua, conversando com aqueles que os outros não podiam ver, dos quais as vozes soam como o sussurro que arrepia os medrosos na madrugada, vozes que então me contavam histórias e ensinamentos, dos quais se encontravam nos nossos livros, nos mais variados idiomas, e o conteúdo de suas diversas instruções. E mesmo sabendo o meu dever de existir, continuo andarilho sem rumo, colocando em xeque a minha própria existência e consciência.

Nada parece estar no lugar, ainda que tudo funcione como deveria assim funcionar. Sucumbindo nos meus próprios pecados que constituem minha trilha, e nos julgamento dos tolos que me chamaram e ainda chamam de louco ou estranho, aqueles os quais nunca podem ver além, e nunca puderam questionaram a existência ou realidade, pois eles mal existem, vivendo apenas como os outros animais que nos rodeiam. Talvez seja só o fato de me sentir mais um animal diferente dos demais, um animal convicto de suas faculdades arcanas e espirituais.

E houve aqueles que nas névoas do passado disseram, a ignorância é uma benção, talvez por que os tolos se mesclam a maioria que constituem a realidade, assim a moldando e cegando a mesma, misturando toda a multidão, pela qual sempre vaguei, e por mais que estivesse rodeado de seres viventes, ainda estava só. Mas foi sempre a dor e incomodo que moveu nosso animalismo para algum lugar além do humano animal. E por isso eu nunca paro, sempre mudando, em constante incomodo, com minha consciência vagando no vazio do tempo e do espaço que constituí meus sonhos de anjo e pesadelos de homem. 

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