Vagar só entre as multidões, sempre constituiu o que sou, pensando no sentido da existência, desde que eu era criança era assim e depois de velho continua, conversando com aqueles que os outros não podiam ver, dos quais as vozes soam como o sussurro que arrepia os medrosos na madrugada, vozes que então me contavam histórias e ensinamentos, dos quais se encontravam nos nossos livros, nos mais variados idiomas, e o conteúdo de suas diversas instruções. E mesmo sabendo o meu dever de existir, continuo andarilho sem rumo, colocando em xeque a minha própria existência e consciência.
Nada parece estar no lugar, ainda que tudo funcione como
deveria assim funcionar. Sucumbindo nos meus próprios pecados que constituem
minha trilha, e nos julgamento dos tolos que me chamaram e ainda chamam de
louco ou estranho, aqueles os quais nunca podem ver além, e nunca puderam questionaram
a existência ou realidade, pois eles mal existem, vivendo apenas como os outros
animais que nos rodeiam. Talvez seja só o fato de me sentir mais um animal
diferente dos demais, um animal convicto de suas faculdades arcanas e
espirituais.
E houve aqueles que nas névoas do passado disseram, a ignorância
é uma benção, talvez por que os tolos se mesclam a maioria que constituem a
realidade, assim a moldando e cegando a mesma, misturando toda a multidão, pela
qual sempre vaguei, e por mais que estivesse rodeado de seres viventes, ainda
estava só. Mas foi sempre a dor e incomodo que moveu nosso animalismo para
algum lugar além do humano animal. E por isso eu nunca paro, sempre mudando, em
constante incomodo, com minha consciência vagando no vazio do tempo e do espaço
que constituí meus sonhos de anjo e pesadelos de homem.
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