Ao ler esse texto, sempre deparo comigo mesmo.
Com passos leves, como se a terra e os seus obstáculos pouco pudessem fazer para restringi-lo, um jovem magnificamente trajado pára à beira de um precipício entre as grandes alturas do mundo; olha para a imensidão azul diante dele, para a expansão do céu e não para as perspectivas debaixo. Seu ato de ávida caminhada ainda é indicado, embora ele esteja estacionário em um dado momento; seu cão ainda está pulando. A orla que se abre para o abismo não apresenta terror; é como se anjos esperassem para ampará-lo, se acontecer que ele se despenhe da altura. Seu rosto está repleto de inteligência e de sonho esperançoso. Tem uma rosa em uma das mãos e na outra um bastão custoso apoiado no ombro direito e do qual pende uma mochila curiosamente bordada. É um príncipe do outro mundo viajando neste — em plena glória matinal, ao ar livre. O sol, que brilha atrás dele, sabe de onde ele vem, aonde está indo e como ele voltará por outro caminho, depois de muitos dias. Ele é o espírito à procura de experiência.
-Arthur Edward Waite
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Moiras
Por: Mateus Silva Saraiva.
Talvez os próprios demônios,
Talvez os próprios demônios,
Tais que habitam nos poetas,
Dos sussurros em harmônios,
Que sopra aos ouvidos dos profetas.
Ode à Cloto, Láquesis, Átropos,
E aos medos daqueles misantropos,
Todos aqueles que temem Eros,
Abordo de Thanatos e seus mistérios.
Das inspirações de um flâmine,
Nós dos fios traçados pela Mnemósine,
Nós dos fios traçados pela Mnemósine,
De paixões pela própria Medea,
Aos sonhos em aconchegante várzea.
Das palavras que são caladas,
Por estes endiabrados poetas,
Mas em silêncio são amadas,
Ensejo às aspirações secretas.
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