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domingo, 26 de novembro de 2017

Poesia 114 - Poeira Estelar

Poeira estelar.
Por: Mateus Silva Saraiva.

A vida soa como a guitarra,
A guitarra, que por Ziggy é tocada,
Enquanto esbraveja Alá e brande a cimitarra,
E a hora da existência de Major Tom é contada.

Horas como nossa própria contagem regressiva,
Enquanto vagamos em uma odisseia no espaço,
Sozinhos, ainda que em caminhada junto e dividida,
Buscando retornar pra casa sem cansaço.

Casa, onde o amor nos aguarda,
Vivo, resguarda a esperança que um dia íamos voltar,
Dessa bagunça de existir antes que tarda,
Pois como Ziggy, nada mais somos que poeira estelar.

E enquanto isso nessa lata azul vamos vagando,
Em torno do sol vamos girando e girando,
Existindo, vivendo, chorando, sorrindo, extasiando,
Enquanto ouvimos o Homem das Estrelas cantando. 


*Na confusão da existência uma singela homenagem a nossa grande influência, Bowie...

domingo, 19 de novembro de 2017

Poesia 113 - Elixir da Cura

Por: Mateus Silva Saraiva.

Elixir da cura.

Tambores tocam,
Com cada gota da chuva,
Cânticos cantam,
A voz da floresta que enturva.

Onde está tua realidade?
Subvertida na mente?
No eu em plena majestade?
Na tua dissolução plenamente?

São os pensamentos,
Os sussurros de um búfalo?
Como caboclo que cura teus ferimentos,
Empunhando o batuque e dando estralo.

E te guia de escravo, mendigo à mestre,
Do ego em desespero de existir,
Em cada alma ilustre,
Que se comunga nesse elixir.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Poesia 112 - Rei de Arcádia

Por: Mateus Silva Saraiva

Rei de Arcádia 

Sobre o morro de religiões,
Suspende as constelações.
Altura onde escorre as águas,
De um lago de magoas,
Que deságua em cachoeira,
Em infindável abismo sem beira.
Onde também é céu,
Constelando Arcas e seu lebréu,
Assassino caçador da ursa maior,
Com pesar em seu interior.
Rei de arcádia, um reino oculto,
Em céu ausculto, no abismo sepulto.

domingo, 12 de novembro de 2017

Poesia 111 - Um fim.

111- Um fim.
Por. Mateus Silva Saraiva

Tudo tem começo, meio e fim,
Como a morte prematura de um arlequim.
Ternura largada em um pierrô,
A vida como um circo feito de bangalô.  

Humana decadência dos sentidos,
De memorias vividas e momentos esquecidos,
De uma plateia que aplaude o nada,
Dentro do vazio de uma esplanada.

De risos, felicidades e lagrimas entrelaçadas,
De gargalhadas usadas como fachadas,
E palhaços desmascarados sem atuações,
Um fim de espetáculo sem realizações.


sábado, 11 de novembro de 2017

Poesia nº 105 - Eu Sou.

Poesia nº 105.

Por: Mateus Silva Saraiva.
EU SOU.

Eu sou o brilho de teu olhar,
Cada palavra no teu falar,
A fome que te esgana,
O enjoo que te engana.

Sou o prazer em tua pele,
O frio na tua barriga que imbele,
Em tua covardia de cada dia,
E a alienação da tua boemia.

Sou a nostalgia da tua felicidade,
Na lembrança de cada idade,
A melancolia das tuas memórias,
Remoendo as escórias das vitórias.

Sou a insônia de tuas noites,
As dores provocadas pelos açoites,
Da agonia da própria existência,
Raízes de poesias em decadência.

Sou cada mulher que amou,
E cada palavra que a elas falou.
O Deus para qual não ora,
Mas para qual no desespero implora.

Sou a amante na tua cama,
E também pólvora que inflama,
Da arma em tua cabeça,
Eu sou tua loucura, até que faleça.