O tempo, das almas, cruel devorador,
Enquanto corpos desfazem com ardor,
O tempo na mente existe, mas não existe,
Toda eternidade de vivências coexiste.
O tempo joga sujo com os mortais,
E brinca com os deuses imortais,
Quando abate os mortais que lhes adoram,
Vã são a carne e o sangue santo que devoram.
O tempo faz da tristeza eternidade,
E da alegria um sonho da realidade,
Sonho passageiro, sorrateiro, embusteiro,
Que rouba a tristeza do mortal de seu roteiro.
Tempo que traz arrependimento,
Pelo que se fez, não fez, um lamento,
Que tudo muda, mas ainda é tudo o mesmo,
Mortais, perdidos no tempo a esmo.
Tempo que oblitera todo te amo,
Consumindo todo ódio do ser humano,
E aqui o ser não é mais que um ninguém,
Cronos devorando a mim, a ti, a alguém.
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